Ford Mustang 50 anos - Parte II
Os anos 1970 e os que vieram depois até 2000 foram difíceis para os Muscle Cars, vários fatores negativos acabaram levando a maioria deles a extinção, para a Ford o desafio foi manter o Mustang vivo diante dessas adversidades, vamos a segunda parte da história.
Em tempos de combustível caro e motores fracos a Ford resolveu que teria mudar a vocação do Mustang se quisesse mantê-lo vivo, por isso em 1974 uma nova geração foi apresentada com o nome de Mustang II.
O Mustang II
A Ford propôs uma reinvenção do Mustang em 1974, como o preço do combustível estava nas alturas, potência era algo que o consumidor menos olhava na hora de comprar um carro novo, por isso o foco da Ford voltou-se para os atributos de economia do novo carro.
A propaganda destacava a quilometragem feita por litro e o conforto interno em vez do tempo percorrido no quarto de milha. Para chegar a esses aspectos, a marca do oval azul resolveu montar o Mustang II em cima da plataforma do Pinto, sua opção barata e econômica para aqueles tempos, o resultado foi um carro com entre-eixos e comprimento menor, e não era apenas isso mudava.
O design era inteiramente novo e... horrível, sem graça, a aura da primeira geração havia sido praticamente sepultada a não ser pela presença do 'cavalo' na grade dianteira.
As opções de carroceria disponíveis eram a Cupê e a Hatchback, as versões iam da básica passando pela esportiva (Mach 1) até a luxuosa (Ghia), essa última teve uma boa aceitação inicialmente em função da quantidade de opcionais que oferecia.
Como a vocação do Mustang sempre foi a esportiva, a geração contou com algumas versões como a Mach 1, a Stallion e a Cobra que utilizaram motores V6 de 105 e o V8 302 com parcos 122 cv de potência, o objetivo com modelos assim era muito mais o marketing do que a esportividade propriamente dita.
Apesar das boas vendas iniciais a geração II não havia agradado o consumidor que não via ali um Mustang autêntico, por isso a Ford resolveu mudá-lo radicalmente em 1979.
A Terceira geração
No aniversário de quinze anos do Mustang a Ford apresentou uma nova geração, com linhas retas, faróis duplos na dianteira e um conjunto harmônico. Esse design geral permaneceria sem grandes mudanças ao longo de toda a sua existência, ou seja, quinze anos.
Ford Mustang Turbo de 1979
A terceira geração pode ser dividida em dois momentos, o primeiro de 1979 a 1986 teve como principais características externas os faróis duplos, mas o ponto alto mesmo foi na motorização, com destaque para o motor quatro cilindros de 2,3 litros com turbo que gerava 131 cv de potência, apresentado pela primeira vez em 1979, o seu início não foi promissor, mas a Ford soube aperfeiçoa-lo lhe garantindo maior estabilidade e confiança na versão de 1984 que lhe proporcionaram gerar 175 cv de potência.
Ford Mustang SVO de 1984
É claro que os V8 não seriam deixados de lado, ao longo dessa fase o 302 passaria por melhorias que o levariam a abandonar o velho carburador para trabalhar com a injeção eletrônica que embora menos potente que a primeira nessa época, mostrou que esse seria o caminho natural a ser seguido.
O segundo momento foi o de 1987 a 1993, do ponto de vista externo a grande diferença estava nos faróis dianteiros que voltavam a ser simples e a grade que deixava de existir, novamente aqui o foco estava na motorização que dessa vez era centrada nos motores V8. A evolução deles neste período foi bem maior graças ao uso da injeção multiponto e a incorporação de outras tecnologias, como resultado o V8 302 pulou de 175 cv em 1979 para 235 cv de potência em 1986.
Ford Mustang GT de 1991 (branco) e 1989 (preto)
Versões especiais
Na terceira geração os destaques vão para o Mustang Turbo de 1979, o Mustang SVO de 1984, o Mustang GT de 1990 e o Mustang SVT Cobra de 1993, todas eles edições de produção limitada com motores turbo (versões Turbo e SVO) ou V8 multiponto (GT e SVT). Além delas, teve também as versões SSP, Mustangs preparados para a policia de alguns estados americanos.
A Quarta geração
Linhas arredondadas, design esportivo, logotipo do cavalo na grade dianteira, faróis triplos na traseira e entradas de ar nas laterais, a proposta não deixava duvidas, o Mustang queria ser novamente um autêntico "Muscle" e isso era muito bom.
Visualmente essa geração teve apenas uma mudança que a deixou bem melhor e com uma "cara" bem invocada, no entanto aqui o grande ponto alto foi a motorização, os V8 ganhavam força e potência novamente, o 302 de 4,6 litros chegava a 300 cv de potência nos anos 2000 e as versões especiais conseguiam assim bater de frente com os esportivos europeus de entrada como o Audi TT e os japoneses Honda S2000 e Nissan 350z.
E falando das versões especiais
O destaque ficava para as versões preparada pela SVT (divisão da Ford encarregada de preparações especiais para os seus carros), entre elas cita-se: o Mustang Cobra R, o Mach 1 e o GT Bullit.
O interessante a ser observado nestas gerações é como o Mustang procurou acompanhar as tendências de cada momento da história do automóvel, principalmente nos Estados Unidos, o design e o conforto privilegiados na segunda geração é um reflexo daquele momento com combustível caro, a geração seguinte mostrou a transição do "luxo" para a esportividade e a última desse especial mostra a retomada do espírito esportivo.
No mundo das miniaturas na escala 1:64 essas três gerações não são comuns nos dias atuais, mesmo na Hot Wheels é difícil encontra-las - a exceção é a terceira que tem aparecido regularmente na Greenlight - mas para quem busca o registro da história desse carro fantástico, então vale a pena ir a busca, mesmo elas não sendo tão bonitas.
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