Especial Dodge Charger 50 anos
O fenômeno Muscle Car começou na GM com o Pontiac GTO em 1964, na mesma época vieram também o Ford Mustang e o Plymouth Barracuda, as vendas estouraram e as outras fabricantes americanas perceberam que tinham de se mexer rápido, na Dodge o primeiro resultado chegava em janeiro de 1966 com o nome Charger.
O design da primeira geração
A ideia para o visual veio de dentro de casa, do "médio" Coronet, só que usando uma carroceria fastback com duas portas, traseira longa com o caimento do teto suave.
As versões e os motores
A carroceria fastback com duas portas foi a principal do Charger até os anos 1980, na primeira geração o seu visual lembrava o do Plymouth Barracuda, só que menor. Os motores disponíveis começavam com o seis cilindros em linha de 101 e 145 cv, nos V8 de bloco pequeno eram seis variações com destaque para o 383 que gerava 270 ou 325 cv, os V8 bloco grande também estavam disponíveis com o 426 HEMI de 425 cv e o 440 Magnum com 350 cv de potência.
Apesar de possuir uma vasta opção de geradores de potência, o desenho um tanto quanto que conservador e as instabilidades em curvas não agradaram os consumidores o que levou a apenas 37,3 mil unidades produzidas.
A geração mais aclamada
Para se manter na linha de produção seria preciso mudar significativamente o visual, e assim foi feito com o lançamento da segunda geração em 1968. Em comum com a anterior na parte externa os faróis dianteiros escondidos, no resto varias modificações, a começar pelas linhas laterais no estilo ondas que lembravam uma "garrafa de Coca-Cola", e a traseira passava a ter um desenho que casava com o resto. E falando nela, as lanternas traseiras passavam a ser circulares.
As versões e os motores
As opções começavam com o "básico" com motores de seis cilindros em linha de 115 e 145 cv depois vinam os V8 318, 383, 426 HEMI e 440 Magnum. Quem estreava nesta geração é a versão R/T (Road and Track, estrada e rua), a mais desejada nos dias atuais, por ser puramente esportiva utilizava um possante V8 440 Magnum.
No ano seguinte surgiam no mercado o 500 e o Daytona, ambos versões criadas para homologá-los para participar das provas das Nascar. O primeiro trazia a grade dianteira e o vidro traseiro modificados para garantir uma melhor performance nas corridas, teve aproximadamente 500 unidades produzidas com as opções de motores V8 440 Magnun e o 426 HEMI.
Acima o Dodge Charger 500 e abaixo o Daytona.
O Daytona trazia um desenho exótico com uma frente longa em forma de cunha e na traseira um aerofólio gigante, adereços incorporados para fazê-lo "voar" nos ovais. Pouco mais de 1.800 exemplares foram montados com os motores V8 440 Magnum e o 426 HEMI.
As diferentes grades de 1968 a 1970
Para cada ano da geração 2 o Charger recebeu uma grade com detalhes diferentes, na de 1968 o desenho é único com um para-choque cromado. Em 1969, a grade foi dividida ao meio e no ano seguinte voltou a ser uma só com o acréscimo de um filete horizontal no meio.
As lanternas traseiras também foram modificadas, em 1968 eram duplas e nos dois anos seguintes passou a ser duas no formato horizontal.
A terceira geração
O ano de 1971 chegava com uma nova carroceria compartilhada também pelo Plymouth Road Runner e o Plymouth GTX, era ligeiramente menor, mais larga e pesada. A dianteira voltava a ostentar uma grade partida, no entanto, os faróis duplos tornavam-se visíveis na maioria das versões. Na traseira a novidade eram as lanternas quadradas triplas de cada lado e as laterais continuavam a ostentar o desenho no estilo "garrafa de Coca-Cola".
As versões e os motores
A quantidade de variações haviam aumentado consideravelmente, agora eram cinco: básica, hardtop, 500, SE, R/T e Super Bee. As primeiras opções eram para quem buscava algo em conta, enquanto que a SE para os que desejavam luxo, já o R/T e o Super Bee eram os esportivos.
A gama de motores continuava a mesma com o V6 de 125 e 145 cv e os V8 com destaque para o 318, 383, o 440 Magnum e o 426 HEMI. As transmissões disponíveis eram de 3 e 4 velocidades manuais.
Acima da esquerda para a direita: Charger, GTX e o Road Runner que compartilhavam a mesma carroceria
O design permaneceu o mesmo para os dois primeiros anos da terceira geração, em 1973 ela era alterada nos para-choques para atender a nova legislação de segurança, mas isso foi o de menos, pior mesmo era o que ocorria com os motores condenados a vilões em função da crise do petróleo, das novas normas de emissão de poluentes e do valor alto cobrado pelas seguradoras para os Muscle Car. Como consequência imediata o R/T e o Super Bee saíram de linha em 1972, o fim estava próximo...
A quarta geração
A Chrysler apostava no nome Charger para continuar vendendo, por isso em 1975 apresentou a quarta geração, que na verdade tratava-se de uma versão do Cordoba com os nomes Dodge e Charger na configuração de acabamento única SE. O design dessa geração em nada lembrava o Muscle glorioso de 1968 a 1970, eram um sedan de visual conservador e muito sem graça.
Versões e motores
Para 1976 as versões disponíveis eram a básica, Sport, SE e a Daytona que nada mais eram do que opções com acabamento diferenciado. Os motores eram o V8 360 com 182 cv, o V8 400 com 192 cv e o V8 318.
Apenas o nome não foi suficiente para sustentar as vendas, dessa forma o Charger desaparecia no final de 1976 cedendo o lugar para o Dodge Magnun.
O Charger brasileiro
O Charger nacional surgiu primeiro como uma versão do Dart em 1971, no ano seguinte ganhava linha própria e assim iria até 1980 quando foi aposentado, de semelhante com a geração dois do Charger americano a grade dianteira com faróis escamoteáveis, o prolongamento da coluna C e o motor V8 318 disponível na versão R/T que por aqui gerava 215 cv de potência.
O retorno com a quinta geração
No penúltimo ano da década de setenta do século XX a Chrysler ressuscitava o nome Charger, inicialmente uma versão do Dodge Omni 024, um hatchback de tamanho "médio" com três portas e tração dianteira. O seu design seguia as tendências do final dessa época e início dos anos 1980, ou seja, linhas quadradas na carroceria, faróis, lanternas e outras partes.
Acima o Dodge Omni 024 da Hot Wheels, em 1983 o original passaria a se chamar Charger (imagem: blog Hot Wheels and Such)
Versões e motores
Entre 1983 e 1987 (último ano do carro) o Charger ganhava novamente vida própria como opção esportiva na Dodge que contava também com uma versão desenvolvida por Carroll Shelby (1923-2012) chamada de Dodge Shelby Charger. A motorização disponível no período era composta pelo quatro cilindros de 1,7 litros da Volkswagen com 70 cv, o 2,2 litros da Chrysler de 85 cv e o Peugeot 1,6 litros (que substituiu o Volks em 1983). Os Shelby vinham com o motor 2,2 litros retrabalhado para gerar 102 cv de potência, e a versão GLH-S de 1987 com turbocompressor e injeção eletrônica chegava a 146 cv.
A maioria dos apaixonados pelo Charger renegam essas duas gerações, a quarta mesmo fica difícil considerar um Muscle com uso exclusivo de motores quatro cilindros e potência pífia. O visual da edição anos 1980 é até semelhante ao Mustang da época, o que reflete as tendências do período, mas o resto...
A sexta geração
Foram quase 20 anos ausente, mas em 2006 a Chrysler (sob administração da Daimler-Benz) anunciou o lançamento de um sedan quatro portas chamado de... Charger! Isso mesmo, a lenda estava de volta e o melhor - musculoso.
O design lateral era o grande referencial de ligação com o passado, suas linhas lembravam o estilo "garrafa de Coca-Cola", no restante tudo era novo. A dianteira possuía dois faróis levemente retangulares separados pela grade Dodge dividida em quatro segmentos. A traseira era simples com lanternas praticamente quadradas. O interior era muito espaçoso.
As versões e os motores
A Dodge oferecia o Charger nas variações SXT, SE e R/T, no último havia ainda as edições limitadas Daytona e a Super Bee. Em 2008, surgia o SRT8 o topo da linha em esportividade e preço.
Na mecânica os motores iniciais começavam com o V6 de 3,5 litros com 252 cv e chegavam ao V8 HEMI de 5,7 litros de 345 cv. A chegada do SRT8 incorporou também um outro HEMI com 6,1 litros que gerava 431 cv de potência.
A presença nas Forças de Segurança
Em 2007, a a Chrysler apresentou a versão policial do Charger para o mercado, ele possuía seu a favor: espaço interno, bagageiro grande, design intimidador e motores V8 com mais de 250 cv de potência, além disso, estas opções recebiam reforço na suspensão, novos freios condizentes com as necessidades do trabalho, equipamentos luminosos (giroflex), quebra-mato e uma adaptação no console dianteiro para acomodar o computador de bordo, arma de fogo e o rádio de comunicação.
Vários departamentos se interessaram pelo modelo que vem ganhando espaço, desde a aposentadoria do Ford Crown Victoria em meados da primeira década do século XXI.
A presença nas Forças de Segurança
Em 2007, a a Chrysler apresentou a versão policial do Charger para o mercado, ele possuía seu a favor: espaço interno, bagageiro grande, design intimidador e motores V8 com mais de 250 cv de potência, além disso, estas opções recebiam reforço na suspensão, novos freios condizentes com as necessidades do trabalho, equipamentos luminosos (giroflex), quebra-mato e uma adaptação no console dianteiro para acomodar o computador de bordo, arma de fogo e o rádio de comunicação.
Vários departamentos se interessaram pelo modelo que vem ganhando espaço, desde a aposentadoria do Ford Crown Victoria em meados da primeira década do século XXI.
O primeiro facelift em 2011
Depois de cinco anos no mercado a sexta geração recebia o seu primeiro facelift, as mudanças visuais deixavam os faróis mais agressivos e a grade ficava mais pronunciada. Nas laterais as portas dianteiras viam com um desenho em forma de "U" no sentido horizontal, as linhas onduladas foram suavizadas entre a porta traseira e o bagageiro. Na traseira as lanternas formavam um conjunto único de uma ponta a outra com o nome 'DODGE' no centro do porta-malas.
Todas essas modificações apresentadas o deixavam mais próximo da segunda geração, isso ficava ainda mais evidente no capô com o design do modelo de 1969. Já a versão R/T recebia uma pequena asa traseira no capô como a versão de 1971 (que era opcional), além é claro, dos itens específicos dessa linha.
Nos motores o Charger recebia um novo V6 de 3,6 litros chamado de Pentastar que gerava 292 cv, o V8 HEMI de 5,7 litros também era melhorado passando a fornecer 370 cv, o SRT8 continuava com o V8 HEMI de 6,1 litros. Outras possibilidades de personalização de fabrica existentes eram os pacotes "Enforcer", o "Rallye" e o "Rallye Plus" que o deixavam com um visual esportivo, além, é claro, do R/T.
O segundo facelift em 2015
No ano passado o segundo facelift foi apresentado, dessa vez a dianteira ficava ainda mais agressiva, os faróis e a grade ficavam menores e imponentes na cor preta, a conexão com a segunda geração era nítida, principalmente quando observa-se as versões R/T e a insana SRT8 HellCat.
O interior também mudava, estava mais confortável, com materiais plásticos de melhor qualidade, mais recursos tecnológicos e um painel muito bonito. As versões atuais são seis: SE e SXT com motor V6 de 3,6 litros, o R/T com motor V8 HEMI de 5,7 litros de 370 cv e mais o R/T Scat Pack com o V8 HEMI de 6,4 litros com 490 cv e o SRT8 com o mesmo motor anterior e mais a Hellcat com o V8 HEMI de 6,2 litros com supercharged capaz de gerar 717 cv de pura potência.
Acima as diferenças entre as três frentes do Charger de 2015 (azul), 2011 (preto) e 2006 (vermelho).
Uma loucura chamada Charger SRT8 Hellcat
O sedan com quatro portas e o Muscle Car mais potente do planeta produzido em série, a série Hellcat foi lançada primeiro no Challenger SRT8 em 2014, depois chegou ao Charger no ano seguinte. Externamente o visual com os apliques e cores ficou muito nervoso, o interior tem vários itens esportivo como os bancos, mas o visceral esta em baixo do capô: um motor V8 HEMI de 6,2 litros com supercharged que produz 717 cv de potência com torque de 89,9 m.kgf.
O sucesso no cinema e na TV
Com o visual rebelde da segunda geração o Charger acabou agradando emissoras e estúdios americanos. Na televisão o R/T de 1969 foi uma das estrelas da série The Dukes of Harzard (Os Gatões no Brasil) exibida entre 1979 e 1984. Em Agentes da Shields na temporada que @@estreou neste ano é o carro do novo Motoqueiro Fantasma.
No cinema esteve presente nos filmes: Bullitt (1968), Blade, o caçador de vampiros (1988), e na franquia Velozes e Furiosos pode ser visto nos modelos de 1969 Daytona, 1970 R/T, 2011 SRT8 e em outros longas como viaturas da policia como o recente Batman vs Superman apenas para citar os principais.
Acima versões do Dodge Charger da franquia Velozes e Furiosos.
Acima o Dodge Charger das policias de Gotham (preto) e Metropolis do filme Batman vs Superman.
Acima o 1968 Dodge Charger R/T ao lado do 1968 Ford Mustang GT390 do filme Bullitt
Ufa! Um especial grande, mas merecido para esta lenda, cujo nome impõe respeito. São cinco décadas de idade, seis gerações com pontos altos e baixos, estrela de cinema e da TV, uma máquina fabulosa que representa muito bem o segmento Muscle Car, não é a toa que possui uma imensa legião de fãs dentro e fora dos Estados Unidos. Que continue assim.
* Fontes de pesquisa: Especial Dodge Charger do site Best Car e outros sites da internet.
Confira também:
As séries especiais do Dodge Charger clicando aqui.
As fabricantes de miniaturas que já reproduziram o Charger na escala 1:64 clique aqui para conferir.
A família Hellcat da Dodge, clique aqui.
Dez curiosidades sobre o Dodge Charger, clique aqui.
Os modelos do Dodge Charger que apareceram em Minis in Foco até o momento, clique aqui.
Sensacional a matéria, sou um dos admiradores do Charger, o Shelby charger bem legal tbm... parabéns.
ResponderExcluirParabéns Doalcey, mais um esclarecedora matéria do Minis in foco.
ResponderExcluirAbração