Especial Chevrolet Camaro 50 anos
Do auge da época de ouro dos Muscle Car ao desaparecimento no início dos anos 2000 para o retorno triunfal no final da mesma década, Chevrolet Camaro, acompanhem.
O lançamento do Ford Mustang e do Plymouth Barracuda em 1964 mostrou que os americanos não estavam interessados apenas em carros grandões, modelos menores também tinham espaço, desde que, tivessem algo mais para oferecer, e eles tinham muita potência em baixo do capô. A GM só foi perceber isso no ano seguinte, e para reagir tirou da gaveta o projeto XP 836 para um carro "menor", leve e com motores nervosos. Para torná-lo uma realidade chamou o estilista de exterior Henry C. Haga e o design de interior George Angersbach, assim dezoito meses depois em 29 de setembro de 1966 o Chevrolet Camaro era apresentado aos consumidores dos Estados Unidos em uma transmissão simultânea em todos os canais.
Visualmente o Camaro seguia as linhas do Mustang com um capô longo e uma traseira curta, as laterais possuíam linhas acentuadas no estilo garrafa de Coca-Cola que era ao mesmo tempo intimidante e elegante.
As versões
O Pony Car estava disponível nas carrocerias cupê hardtop e conversível nas versões básica, SS (Super Sport) e RS (Rally Sport). No ano seguinte surgia a Z/28 criada com motorização potente para participar das provas da categoria Trans Am.
Os motores e a transmissão
As opções começavam com o seis em linha de 3,8 litros com 140 cv, depois vinha o de 4,1 litros com 155 cv. Para uma cavalaria maior tinha inicialmente os V8 de 5,4 litros que gerava entre 210 e 275 cv, e o de 5,8 litros com potência de 255 ou 295 cv dependendo do carburador utilizado, depois o Pony Car recebeu o primeiro big-block, o lendário V8 396 de 6,5 litros com potência de 325 ou 375 cv. A transmissão utilizada era a automática de duas ou três marchas.
Pequenas mudanças no modelo de 1969
O Camaro estava próximo de receber a nova geração, mas as mudanças realizadas no Mustang obrigaram a GM a realizar um facelift em 1969, as principais mudanças externas estavam na dianteira, os faróis estavam ligeiramente destacados, a grade estava recuada, as setas haviam sido deslocadas da grade para logo abaixo do para-choque. Para a versão RS havia também a opção de um novo capô com ressalto que também poderia ser incluído na SS.
Para o cofre do motor havia a disponibilidade de um novo motor 386 que recebia melhorias como o aumento do volume para 7,0 litros, o que elevava a potência para 425 cv com torque de 63,5 m.kgf, no entanto, essa opção era restrita para poucos clientes através da Central Office Production Order (COPO).
A segunda e duradoura geração
Em janeiro de 1970 o Camaro recebia a segunda geração com uma carroceria mais larga, maior e mais baixa. A dianteira trazia uma grade separada dos faróis e dos para-choques em um desenho inspirado claramente no Jaguar XJ de 1968, na traseira as lanternas seguiam o design do Corvette, ou seja, dois pares circulares em cada extremidade. O interior recebia um novo painel acolchoado, do tipo envolvente como principal destaque.
Ainda sobre a carroceria, apenas a cupê estava disponível nas versões básico, RS, SS e Z/28. A motorização era composta pelo seis em linha de 250 pol³ de 155 cv, depois vinha os V8 de 5,0 litros com 200 cv, o de 5,8 litros com 255 e 300 cv e o 396 big-block com potência de 350 ou 375 cv com carburador quádruplo.
Em 1971 e 1972, o carro recebeu mudanças na dianteira com a transferência das luzes de posição para a parte inferior, nova grade, banco de encosto alto fixo, e a redução da potência nos motores em função da retirada do chumbo da gasolina, ou seja, o Z/28 caia de 360 cv brutos para 255 cv líquidos e por ai vai.
A partir de 1972 o Camaro junto com os outros Muscle Car começaram a sofrer com queda nas vendas ocorridas em função das novas regras de emissões ambientais, preço do seguro elevado e a crise do petróleo, diante desse cenário a versão SS (Super Sport) deixava de ser oferecida, entrava no seu lugar a LT mais luxuosa.
Para 1974 uma nova mudança na dianteira era realizada para atender as novas normas de segurança no transito, um novo para-choque retrátil feito em alumínio e dotado de molas semi-elíticas para absorver impactos em pequenas colisões era instalado, além disso, as luzes de posição retornaram para a parte de cima e os faróis foram ligeiramente recuados.
Em 1975, uma nova mudança, dessa vez no vidro traseiro que passava a ser envolvente, o que melhorava a visibilidade. Nessa mesma época a versão Z/28 deixava de ser oferecida, já que o motor mais potente era o V8 350 com 155 cv, a esportividade se resumia a pintura em dois tons do RS.
Com uma segunda geração estranha o Mustang perdia vendas, enquanto o Camaro reagia em 1976 com uma demanda forte que levou até a reativação de uma das unidades fabril para atender o interesse do consumidor que ainda tinha disponível para o modelo um novo V8 com potência de 165 cv.
Se não era possível investir em mais potência então o jeito era "enfeitá-lo" com pinturas "esportivadas" e interior luxuoso, o resultado dava certo e a versão Z/28 era ressuscitada, enquanto a LT era substituída pela Berlinetta para quem desejava um Camaro requintado.
Os anos 1980 chegavam e com ele uma nova crise do petróleo, isso significou motores novamente estrangulados, o que significava um motor V8 de 4,4 litros gerando apenas 120 cv de potência e o V6 que estreava no Muscle com 115 cv.
Depois de 12 anos em produção a segunda geração chegava ao fim em 1981 com bons serviços prestados a Chevrolet, varias modificações na carroceria e motores que foram do apogeu ao fundo do poço com a potência prejudicada por uma série de fatores, que em partes ajudariam a moldar o que temos nos dias atuais.
A terceira geração
Em 1982, a terceira geração era apresentada com um design que seguia as tendência da época, o que significava muitas linhas retas em um tamanho menor que a anterior e também mais leve. As versões iniciais disponibilizadas eram a básica com motor quatro cilindros de 2,5 litros que gerava... 90 cv de potência (isso mesmo), depois vinha a Berlinetta com o V6 de 112 cv e o V8 com 145 cv, esse mesmo motor também era utilizado no Z/28 que dispunha ainda de um sistema de injeção eletrônica que aumentava em 20 cv a potência.
Para 1985 a GM apresentava o IROC-Z que tinha esse nome pela participação do Camaro na International Race of Champions - uma competição anual entre os pilotos campeões de categorias do automobilismo americano -, o modelo vinha com um capô com entradas de ar, rodas maiores e adesivos decorativos em alusão a versão.
Dois anos depois a IROC-Z recebia um novo V8 350 que gerava 225 cv de potência, e a evolução continuava com o V6 que passava a render 140 cv com 3,1 litros em 1988. No início dos anos noventa do século XX o Z/28 incorporava um 350 melhorado com 245 cv.
A quarta geração
Em 1993 a geração quatro chegava e novamente seguia as tendências daquele tempo, dessa vez o visual era de linhas arredondadas presentes no desenho da carroceria, dos faróis, das lanternas e outras partes. Embora a proposta estivesse condizente com o momento, havia muito pouco de personalidade Muscle nele externamente.
Na motorização, no entanto, os avanços eram significativos com o V6 de 3,4 litros de 160 cv que chegaria a 200 cv no final da década, a versão Z/28 recebia o motor LT-1 de 5,7 litros do Corvette que entregava 275 cv, e cinco anos depois chegaria também o LS1 com bloco e cabeçote de alumínio com os mesmos 5,7 litros que despejava 320 cv com indução forçada.
Apesar de estar tão potente e mais eficiente no uso do combustível que os modelos da primeira geração, o Camaro não despertava mais tantas paixões, os jovens só tinham olhos para os carros japoneses e os adultos para os esportivos europeus, sendo assim a GM anunciou no 35.º aniversário do Pony Car a sua aposentadoria após 4,78 milhões de unidades produzidas.
Os Conceitos, os Transformers e o retorno
Em 2006, a GM apresentou um conceito cupê e outro conversível no estilo retrô para celebrar os 40 anos do Camaro no Salão Internacional de Detroit, a imprensa especializada e os visitantes presentes foram a loucura, a empolgação era tremenda e todos pediam que o mesmo chegasse as ruas, muitos até fizeram questão de depositar um adiantamento de 5 mil dólares para garantir o seu. Os executivos da Chevrolet desconversaram, informavam que se tratava apenas de um exercício de imaginação, mas era claro nos olhos deles que seria uma questão de tempo para avisarem oficialmente que a lenda estaria de volta.
E para atiçar ainda mais esse desejo e a ansiedade de todos o conceito do Camaro foi uma das estrelas do longa Transformers no cinema como o personagem Bumblebee em 2007, o que só reforçava a imagem do carro que garantia de uma vez o retorno as lojas dois anos depois.
Enfim a quinta geração
Foram longos oito anos de espera, mas o resultado valeu, pois a fera estava de volta com um design que homenageava o clássico da primeira geração com estilo agressivo condizente com o novo século. E para não deixar dúvidas que tratava-se de um Muscle a motorização começava com o V6 de 306 cv na versão básica LT, o SS tinha embaixo do capô um V8 de 6,2 litros que entregava 406 cv de potência.
Com os Muscle Car em alta novamente a GM tratou de melhorar o Camaro com outras versões como a 1LE, um pacote de melhorias que trazia entre outros fatores o V8 de 6,2 litros configurado para gerar 430 cv e a série limitada ZL1 que incorporava um supercharged no mesmo motor para gerar 580 cv de potência, e mais a utilização de componentes leves como a fibra de carbono que lhe permitiram arrasar com o tempo de 7:41,27 no mítico circuito de Nürburgring Nordschleife.
Para 2012 a GM trouxe de volta o COPO Camaro em edição limitada de 69 unidades preparado especificamente para as corridas de arrancada com vários componentes para este tipo de competição, e mais a opção de colocar de baixo do capô motores V8 de 7,3 litros e 5,3 litros acrescidos do charger.
Em 2013, o Camaro recebia a atualização de meia vida com uma grade dianteira afinada e as lanternas traseiras com um desenho do modelo de 1967. Outra novidade com ele foi o retorno do Z/28 com um visual bem esportivo, 45 kg mais leve que o SS, e o motor V8 de 7,0 litros naturalmente aspirado para fornecer 507 cv, suficientes para fazer Nürburgring em 7:37,47 e deixar para traz Porsche 911 Carrera S (991), 911 Turbo (997) e Lamborghini Murcielago LP640.
2016 - A chegada da sexta geração
Nada melhor que comemorar o aniversário com uma nova roupagem, assim o Pony Car era apresentado este ano com um design que atualizava a geração anterior deixando-o ainda mais agressivo, leve, menor e bem melhor de conduzir.
Outra novidade que desembarca é o motor quatro cilindros de 2,3 litros turbo que produz 275 cv, e o melhorado V8 de 6,2 litros que passa a entregar 455 cv de potência. Esses são apenas a porta de entrada, pois um novo ZL1 esta a caminho com uma potência de 649 cv enviados para as rodas traseiras por uma transmissão automática de 10 velocidades, e quem disse que vai parar ai? Ainda tem o Z/28 e muito mais para falar futuramente.
Enfim, cinquenta anos com muitas histórias legais de um carro que entrou para a cultura americana, e despertou a paixão de muitos admiradores nos quatro cantos do planeta, o Camaro chega ao século XXI mostrando que os Muscle Car querem dessa vez muito mais do que apenas serem rápidos em linha reta, querem peitar em igualdade de condições os esportivos europeus para mostrar porque este segmento é tão apaixonante, e não importa o resultado final, pois o que interessa mesmo é vê-lo firme e forte nas ruas.
* Fonte de Pesquisa: Site Best Car - Especial 35 anos do Camaro.
Comentários
Postar um comentário