Vintage Racing da Hot Wheels - Uma analise

Uma das melhores séries criada pela a equipe de Design de El Segundo, relegada no passado e muito desejada nos dias atuais, mas o que ela tem de tão especial? Acompanhem.

Há dez anos atrás chegava no mercado a série Vintage Racing, uma linha colecionável da Hot Wheels dotada de corpo/chassi de metal e rodas com pneus de borracha.

Mas não era só isso, a proposta era apresentar trinta modelos, todos com pintura de carros de corrida de várias categorias dos Estados Unidos dos anos 1970 e 1980.

Basicamente a lista era composta por doze modelos da Chrysler, doze da Ford (Mercury incluso), cinco da GM e um da Datsun (Nissan). As categorias presentes eram as de arrancada, Nascar e Trans Am.

Os carros escolhidos tiveram como referencial os pilotos que os conduziram ou então as modificações que receberam, sendo assim a relação pode ser conferida abaixo: 

Dan Gurney com o 1968 Mercury Cougar e o 1970 AAR Cuda da Trans Am.

A. J. Foyt´s com o 1965 Ford Mustang também na Trans Am e o 1969 Ford Torino Talladega da Nascar.

George Follmer´s e o Parnelli Jones com o insano 1970 Ford Mustang Boss 302 da Trans Am.

Smokey Yunick´s com o 1967 Chevrolle Chevelle SS banido das pistas da Nascar por uma série de itens irregulares, e o 1967 Chevrolet Camaro que participou de provas Trans Am.

Marc Donohue`s com os 1971 AMC Javelin e o 1969 Sunoco Camaro da Trans Am.

Richard "The King" Petty com os lendários 1970 Plymouth Road Runner, 1970 Plymouth Superbird, 1971 Plymouth GTX e o 1969 Ford Torino Talladega.

Dick Landy´s com o 1968 Hemi Dart e o 1970 Dodge Challenger de arrancada.

John Morton`s com o BRE Datsun Bluebird 510 da Trans Am.

Sam Posey´s com o 1970 Dodge Challenger da Trans Am.

Sox and Martin´s com o 1973 Plymouth Duster de arrancada.

Dave Strickler´s com o 1970 Chevy Camaro RS de arrancada.

Continental Shaker em homenagem aos modelos de arrancada.

Shirley Shahan´s com o 1960 Dodge Dart de arrancada.

Ed Terry´s com o 1970 Ford Mustang de arrancada.

Grumpy´s Toy com o 1974 Chevy Vega Pro Stock também de arrancada.

Darrel Waltrip´s com o 1970 Mercury Cyclone da Nascar.

Mopar Missile com o 1973 Plymouth Duster de arrancada.

I. Motors com o 1964 Ford Galaxie da Nascar (outra homenagem ao carro da Nascar).

Morse Ford, um 1964 Galaxie 500 que também homenageia a particição da Ford em provas de arrancada.

A. Galaxie com o 1965 Ford Galaxie da Nascar.

Junior Johnson`s com o 1965 Ford Galaxie da Nascar.

Campeões e carros lendários

Nomes importantes  e lendários foram muito bem escolhidos, como Dan Gurney, vencedor de provas na Nascar, na Trans Am, na Indy, Can Am e nas 24 horas de Le Mans pilotando nada menos que o Ford GT40 Mark IV. Na série escolheram o Cougar e o AAR Cuda da sua participação na Trans Am.

Tem também Richard Petty, sete vezes campeão da Nascar, cujo a importância levou a uma belíssima homenagem no filme Carros da Pixar com o personagem The King.

A. J. Foyt´s é outro que fez história no automobilismo, detentor de recordes de vitória da USAC com 157 bandeiradas em primeiro, vencedor das 500 milhas de Indianapolis por quatro vezes, vencedor da Daytona 500 e das 24 Horas de Le Mans.

Ed Terry´s fez história nas corridas de arrancada. Em 1969 ele foi convidado pela a Ford para compor a equipe da fábrica para disputar o circuito de Drag Race, e o resultado final foi a consagração com varias vitórias e o título.

Marc Donohue`s se tornou uma lenda na Trans Am. Conduzindo um Chevrolet Camaro em 1967 e 1968 se tornou campeão ganhando noventa por cento das corridas.

Shirley Shahan´s a primeira mulher nos Estados Unidos a fazer sucesso nas pistas de arrancada, seus modelos de competição eram da Chrysler - leia-se Dodge.

Darrel Waltrip fez sua carreira no automobilismo na Nascar, onde foi tricampeão nos anos 1980, mas antes de chegar nos títulos a sua jornada iniciou-se ao volante de um Mercury Cyclone 1970.

E o que dizer dos carros? 

O Mustang Boss 302 de 1970 foi a resposta da Ford a supremacia da GM na Trans Am, com um motor V8 Cobra Jet sob o capô o carro arrasou no campeonato devolvendo a marca do oval azul os títulos de piloto e equipe.

Teve também o Chevrolet Chevelle SS 1967 de Smokey Yunick´s, que na época trazia tantas modificações proibidas pelo o regulamento da Nascar que foi banido da mesma antes mesmo de iniciar a disputa.

E não poderia esquecer do Yellow Banana, criado por Junior Johnson`s para a Nascar em 1965, o modelo era um Ford Galaxie com carroceria refeita para garantir maior eficiência aerodinâmica nas provas.

E o que dizer do Superbird, do Torino Talladega e o GTX de Richard Petty? Os dois primeiros foram projetados com o foco na aerodinâmica, e se tornaram páreo duro em suas época para a concorrência, já o GTX é simplesmente o último carro de produção e motor de rua a vencer a Nascar.

E não poderia esquecer do Datsun Bluebird 510 da equipe BRE que participou da Trans Am entre 1971 e 1972 na categoria até 2,5 litros consagrando-se campeão.

Realmente é uma seleção de peso, que não vou nem me alongar aqui.

As miniaturas e as embalagens

Para a nova linha o pessoal de El Segundo resolveu criar alguns modelos, foram sete ao todo, sendo eles: o '70 Mustang Boss 302, o '70 Ford Mustang, o '64 Ford Galaxie, o '73 Plymouth Duster, o '74 Chevy Vega Pro Stock, o '66 Chevelle e o '71 AMC Javelin.

Todos eles se destacaram pela a riqueza da reprodução dos detalhes, os decais dos patrocinadores estavam lá, os faróis e as lanternas pintadas também, as rodas com pneus de borracha eram a copia das originais e o chassi/corpo era de metal.

O único ponto que destoava era o grafismo do blister, ou seja, era uma arte padrão para todos eles - o que era normal naquela época.

Mas e ai, sucesso?

Na época? Nem tanto, no mercado principal da marca a coleção foi recebida de forma morna, e como resultado alguns lotes foram encalhando pelo o caminho, e como consequência os últimos mix chegaram em poucas lojas.

No Brasil vieram quatro dos seis lotes disponibilizados, o motivo já sabemos, os primeiros ficaram encalhados e ai os lojistas não quiseram fazer novos pedidos.

Mas por que não vendeu como esperado no Brasil?

Dois fatores podemos observar, o primeiro é o preço, na época eles custavam R$ 20,00, enquanto um Mainline era R$ 5,00 - e ai já sabe?

Outro fator foi a falta de interesse por carros de corrida na época, principalmente de categorias que eram populares em território americano mas desconhecidas aqui.

Veredito

É uma excelente coleção, um belíssimo registro da história do automobilismo americano focada tanto nos pilotos como nos carros. A qualidade fica evidente nos detalhes de cada uma das minis. Infelizmente não foi valorizada na época, e como consequência querer fechar o conjunto nos dias atuais se tornou algo para muito poucos com "coragem" para desembolsar o que pedem pelos mais valorizados.

Imagens:

Hot Wheels, HW Treasure e outros sites pesquisados a partir do Google.